O mês do trabalhador na crise financeira mundial Maio é o mês símbolo das conquistas dos direitos dos trabalhadores. Mas as demissões em massa causadas pela crise financeira mostram que ainda há muita luta pela frente

Trabalhador Brasileiro

O 1º de Maio é a data em que se comemoram o dia dos trabalhadores e a história de suas conquistas. Pode parecer absurdo, mas, até relativamente pouco tempo atrás, trabalhadores de todo o mundo não contavam com direitos básicos, como o salário mínimo, e por isso eram submetidos a condições desumanas. Em maio de 1886, na cidade industrial de Chicago, Estados Unidos, um protesto que reivindicava a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas resultou na morte de policiais e manifestantes, após confronto.

Em homenagem a esse evento fatídico, três anos depois, o dia 1º de maio foi oficializado na França como o Dia do Trabalhador. Progressivamente, mais e mais países aderiram à ideia – mas nunca os próprios Estados Unidos, onde a homenagem é realizada no primeiro fim de semana de outubro. No Brasil, o salário mínimo foi instituído pelo presidente Getúlio Vargas no dia 1º de maio de 1940

Hoje em dia, a data é utilizada para comemorar os direitos trabalhistas conquistados ao longo dos anos, geralmente com eventos organizados por grandes sindicatos. Mas é também uma data simbólica para protestos e reivindicações, já que ainda há muita luta pela frente: igualdade dos salários entre homens e mulheres, fim da discriminação racial nas empresas, maior abertura de vagas para deficientes físicos e aumento do valor do salário mínimo são apenas algumas das frentes de batalha que mobilizam atualmente os trabalhadores e os sindicatos que os representam.

Ainda mais agora, com a maior crise financeira desde 1929. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) prevê que, até o final de 2009, a crise deve gerar cerca de 20 milhões de novos desempregados, o que causará um retrocesso na área social e o aumento da pobreza. Multinacionais do meio automobilístico em todo o mundo foram algumas das grandes empresas prejudicadas pela crise financeira e responsáveis pelas demissões em massa. No Brasil, a crise também chegou a afetar grandes empresas nacionais, como a fabricante de aviões Embraer, que demitiu mais de 4 mil funcionários.

Sindicatos e organizações de trabalhadores estão juntando forças para impedir que a corda da crise estoure nas mãos do lado mais fraco, e já começaram a agir. Carlos Alberto Grana, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) – e que veio exclusivamente ao Cursinho da Poli ministrar uma palestra sobre o assunto –, explica que desde o começo da crise a Central Única dos Trabalhadores vem propondo acordos para evitar demissões em massa e criando saídas para evitar que a crise alcance os trabalhadores. Uma das ações foi um acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) em parceria com governos estaduais e governo federal, para desonerar temporariamente impostos como PIS, Cofins, IPI e ICMS, reduzindo os preços dos produtos e mantendo a economia em movimento.

Portanto, as demissões em massa, as férias coletivas, a diminuição dos salários e de oferta de emprego causadas pela crise financeira mundial servem para mostrar que o mês de maio não deve apenas simbolizar as conquistas alcançadas, mas também lembrar que ainda há muita luta pela frente.

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Redação: Leonardo Vinícius Jorge - Design: Brasil Multimídia
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