O Programa de Capacitação Profissional e Inclusão de Pessoas com Deficiência no Setor Bancário, realizado pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) em parceria com o Cursinho da Poli, tem chamado a atenção da mídia televisiva por sua vocação social. No dia em que se completaram dois meses de aulas, Alessandra Venturi, coordenadora do CP, apresentou aos alunos a reportagem produzida pela TV Cultura sobre o programa.
Reunidos no auditório da UniSant’Anna (instituição onde as aulas acontecem), os futuros bancários puderam reconhecer-se na televisão. Muitos se emocionaram – caso da aluna Leila Alexandrino Batista, uma das entrevistadas na matéria jornalística. Deficiente visual, Leila sempre precisou superar diversas barreiras para alcançar seus objetivos e, com a ajuda do marido e da família, tem agora um novo desafio: ir bem nos estudos para se tornar uma bancária.
Após a exibição do vídeo, Alessandra bateu um papo com os alunos para saber como se desempenharam nestes primeiros 60 dias de aula. Muito animados e interessados, os alunos já queriam saber quais as características da prova que vai selecionar os candidatos para as vagas dos bancos – apesar de ela só acontecer em fevereiro de 2010.
Confira abaixo uma rápida conversa com a aluna / bancária Leila Alexandrino Batista, uma das entrevistadas na reportagem da TV Cultura sobre o programa de qualificação de portadores de necessidades especiais:
Como foi aparecer na televisão?
Fiquei feliz por contribuir, de alguma forma, com outras pessoas que têm uma deficiência e acham que nunca vão conseguir. O fato de ver deficientes dando depoimento na tevê é uma forma de renovar as esperanças e acreditar que é possível (conseguir emprego). Porque é. Quando se quer, é possível. Sozinho, ninguém consegue nada, mas se a gente se unir pelos objetivos, consegue muita coisa. Tem que correr atrás, senão a vida passa e você fica. Então, fiquei feliz, estou perfeitamente realizada.
Quando criança, você pôde estudar?
Até os 10 anos, eu cresci num quarto escuro porque não conseguia suportar a claridade. Depois, fiz 18 cirurgias para diminuir a pressão do olho, porque tenho glaucoma congênito, e fiz um transplante de córnea que teve rejeição. Sofria com dor e emocionalmente. Eu queria ir à escola com as coleguinhas e não entendia por que não podia ir, não tinha ainda a noção de que não enxergava. Eu tinha tudo: lápis de cor, de cera, caderno, régua, estojo, tudo. Só não podia entrar na escola.
Mas isso já está mudando. Além de estudar, você já está recebendo salário como bancária...
Às vezes, fico um pouco perdida, porque, como falei, não fui à escola quando era criança, então tudo é um pouco mais complicado. Mas estou buscando ajuda, meu marido me ajuda muito com Matemática e com Informática, então, graças a Deus, tenho pessoas que estão apostando e acreditando junto comigo. Pretendo crescer cada vez mais: assim que terminar aqui, meus próximos passos são o vestibular e a faculdade.
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Redação: Leonardo Vinícius Jorge - Design: Brasil Multimídia
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