Seção ex-aluno: Luciana Silveira Nesta seção, o Vox conversa com ex-alunos do Cursinho da Poli para saber que caminhos tomaram depois de entrar na faculdade

Luciana Silveira

Nem jornalista, nem publicitária. Apesar de ter sido aprovada nesses dois cursos (na UNESP e na Cásper Líbero, respectivamente), Luciana Silveira decidiu estudar Ciências Sociais na Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP).

Aluna do Cursinho da Poli em 2003, hoje Luciana coordena projetos de pesquisas quantitativas e qualitativas na FESPJr Consultoria, empresa júnior criada e mantida pelos alunos da universidade onde estuda. Nas fotos abaixo, Luciana apresenta os resultados de uma pesquisa nacional encomendada pela CUT sobre segurança bancária.

Por que escolheu o curso de Ciências Sociais?

Luciana Silveira

Matriculei-me no Cursinho para prestar Jornalismo e Publicidade, como realmente prestei e passei, na Unesp e na Cásper Líbero, respectivamente. A ideia de prestar Ciências Sociais surgiu quando uma colega me emprestou um livro antigo, com textos de [Pierre-Joseph] Proudhon, um pensador anarquista. Foi assim que descobri que muitas das coisas que eu lia me interessavam muito, como Os sertões, por exemplo, que fala de “coisas de sociologia”. É um rótulo pobre, mas, naquele momento, foi decisivo para o rumo que tomei.

Por que escolheu o curso de Ciências Sociais?

Matriculei-me no Cursinho para prestar Jornalismo e Publicidade, como realmente prestei e passei, na Unesp e na Cásper Líbero, respectivamente. A ideia de prestar Ciências Sociais surgiu quando uma colega me emprestou um livro antigo, com textos de [Pierre-Joseph] Proudhon, um pensador anarquista. Foi assim que descobri que muitas das coisas que eu lia me interessavam muito, como Os sertões, por exemplo, que fala de “coisas de sociologia”. É um rótulo pobre, mas, naquele momento, foi decisivo para o rumo que tomei.

Fale um pouco sobre o que você está fazendo atualmente.

Luciana Silveira

Eu coordeno projetos de pesquisas quantitativas e qualitativas aplicadas (satisfação, opinião, perfil socioeconômico) na FESPJr Consultoria, que é a empresa júnior criada e mantida pelos alunos da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Estou no último semestre da graduação, concluindo minha iniciação científica em ciência política, pesquisando Estado brasileiro e desenvolvimento.

O que a levou a fazer um cursinho e porque escolheu o Cursinho da Poli?

Prestei o vestibular de jornalismo na Cásper Líbero em 2002 e tive muitas dificuldades, não consegui passar. Compreendi que precisava de um reforço – no caso, um cursinho – e não tive dúvidas para escolher o Cursinho da Poli, apesar de uma certa pressão que sofri para escolher um outro curso, em Higienópolis. Pura besteira. O outro era bem mais caro e nem por isso quem estudava lá e prestou o mesmo vestibular que eu conseguiu aprovação.

Olhando em retrospectiva, comparando o teor das aulas de outros cursinhos que haviam me sugerido, o Cursinho da Poli leva uma vantagem nada desprezível: não só oferece e estimula o aluno a praticar outras atividades culturais, como também não o doutrina ideologicamente. Nunca vi professor do CP extrapolando o tema da aula para fazer política barata. O aluno é respeitado como sujeito crítico, e não como massa de manobra. Parece algo tão óbvio, mas não é. Para mim, essa independência de pensamento que “herdei” do CP tem sido fundamental para, dentro das ciências sociais, buscar minhas próprias análises da vida social (academicamente, profissionalmente) sem me sentir na obrigação de repetir aquilo tudo que as pessoas costumam sempre dizer dessa coisa tão abstrata a que chamamos sociedade. Mais do que ser aprovada em três vestibulares, foi no Cursinho que descobri minha vocação.

E o que foi que mais a marcou quando você foi aluna do Cursinho da Poli?

Nenhum professor, em momento algum, colocou como “impossível” ou “meta absurda” a aprovação em universidade pública. Isso não nos era colocado como algo distante, como as propagandas dos outros cursinhos e do bombardeio midiático ao qual todo vestibulando é submetido, especialmente no segundo semestre, quando as provas se aproximam: você abre um jornal e lê a reportagem a respeito das pessoas que estudam muitas horas por dia, abrindo mão de vida social, com aulas particulares de tutores, além do cursinho caríssimo... Heróis gregos na pós-modernidade. Esse tipo de discurso pode minar a força de vontade do estudante, que passa a acreditar cegamente que, se ele não frequentar o cursinho X, ou Y, ou Z, e não fizer aulas particulares de redação, ele não tem chances na disputa por uma vaga no ensino superior gratuito.

* Se você é ex-aluno do Cursinho da Poli, envie um e-mail para cursinho@cursinhodapoli.org.br para participar desta seção

** As informações contidas nas respostas do entrevistado não traduzem necessariamente a opinião do Vox.

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Cursinho da Poli 20 Anos

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Redação: Leonardo Vinícius Jorge - Design: Brasil Multimídia
E-mail: cursinho@cursinhodapoli.org.br - Site: www.cursinhodapoli.org.br