Entrevista - Nina Rosa

Idealizadora de um projeto sem fins lucrativos que luta pelo direito à vida dos animais, Nina Rosa esteve no Cursinho da Poli para apresentar o documentário A carne é fraca, sobre os malefícios da alimentação à base de carne. Conheça mais sobre os demais materiais audiovisuais informativos produzidos pelo Instituto Nina Rosa e a filosofia vegana no endereço eletrônico www.institutoninarosa.org.br.

Quando decidiu ser vegetariana?

Foi uma tomada de consciência que provocou a decisão. Na época, eu trabalhava como modelo fotográfico e vivia temporariamente em Nova York. Fui almoçar com uma menina também estrangeira que havia conhecido no dia anterior e, ao recebermos o cardápio, sugeri que ela escolhesse, e ela disse “Tudo bem, mas sou vegetariana, pelos animais”. Nesse momento, tive uma revelação, isto é, caiu a ficha, e começou meu processo em direção ao vegetarianismo. Nunca mais vi aquela moça, nem lembro o nome dela, mas sou e serei eternamente grata por aquele encontro no qual minha consciência foi despertada para a compaixão pelos animais. Depois, adotei o veganismo. O processo continua.

Quando decidiu ser vegetariana?

Foi uma tomada de consciência que provocou a decisão. Na época, eu trabalhava como modelo fotográfico e vivia temporariamente em Nova York. Fui almoçar com uma menina também estrangeira que havia conhecido no dia anterior e, ao recebermos o cardápio, sugeri que ela escolhesse, e ela disse “Tudo bem, mas sou vegetariana, pelos animais”. Nesse momento, tive uma revelação, isto é, caiu a ficha, e começou meu processo em direção ao vegetarianismo. Nunca mais vi aquela moça, nem lembro o nome dela, mas sou e serei eternamente grata por aquele encontro no qual minha consciência foi despertada para a compaixão pelos animais. Depois, adotei o veganismo. O processo continua.

E qual é a diferença entre vegetarianismo e veganismo?

Nina

Os vegetarianos não se alimentam de produtos de origem animal. Existe uma tendência à autodenominação como “vegetarianos ovo-lacto” ou “lacto” (que não comem carne, mas tomam leite, ou comem ovos, ou as duas coisas), mas, na realidade, o termo “vegetariano” não se aplica a esses casos. Já os veganos têm uma postura de rejeitar qualquer ação ou produto que cause a exploração animal: não usam seda, couro ou pele animal, mel, ovos, leite e derivados, lã animal, não participam de rodeios, vaquejadas, touradas, caçadas, pescarias, zoológicos, tráfico de animais, circos com animais, aquários, farras do boi, rinhas, rituais com animais etc. E não apoiam as empresas que os patrocinam. Escolhem para seu consumo produtos não testados em animais e sem componentes de origem animal, e não compram animais de estimação, mas os adotam.

Quais são as maiores dificuldades que os vegetarianos e os veganos passam para conseguir consumir?

Nina

No início, quando a pessoa não conhece ainda o que e onde comprar seus alimentos, terá um período de busca de informações. Atualmente, temos a Revista dos Vegetarianos (editora Europa), nas bancas todos os meses, com muitas informações que facilitam bastante a vida dos vegetarianos e dos veganos. Os rótulos e embalagens dos produtos comercializados deveriam indicar se o produto contém ingredientes de origem animal e também se ele ou seus componentes foram testados em animais. Assim, veganos também poderiam se beneficiar das informações.

Qual o primeiro passo para quem quer se tornar vegetariano?

Saber que é uma decisão individual, pessoal, interna e independente. Procurar informações na internet, em livros e revistas sobre o assunto. Provavelmente essa pessoa vai conquistar novas amizades de pessoas que defendam os mesmos princípios éticos.

A senhora encontra resistência quando propõe discutir o assunto em instituições educativas?

Não, pelo contrário. Sinto que os jovens têm sede de referências de valores positivos, com princípios de não-violência, compaixão e respeito por todos os reinos, e que essas informações de qualidade são assimiladas instintivamente.

E nas universidades?

Para a produção do documentário Não matarás – os animais e os homens nos bastidores da ciência, pedimos autorização para gravar os biotérios de várias instituições de ensino, inclusive da USP, e nenhuma nos permitiu a entrada. Para as aulas de técnica cirúrgica, a professora Julia Matera, da USP, foi uma das pioneiras em usar cadáveres de animais mortos por doenças naturais, o que foi um avanço, e isso nos foi permitido gravar para nosso documentário.

De que forma a indústria alimentícia manipula as informações sobre os males do produto de origem animal?

Sendo a venda de seus produtos e o lucro financeiro seus principais propósitos, a indústria alimentícia tem interesse em passar uma imagem ética, agradável e saudável, mesmo que isso seja o oposto do que acontece nos bastidores dos processos de industrialização e que seus produtos estejam longe de ser saudáveis para quem os ingerir.

Qual é sua visão sobre o tratamento dos animais nos zoológicos e aquários?

Costumo responder a essa pergunta sugerindo uma reflexão compassiva: você gostaria de ficar numa jaula ou num espaço limitado, longe do seu hábitat, dos seus iguais, sem poder escolher o que e quando comer, para onde ir, com quem conviver, só para que algumas pessoas ganhassem dinheiro cobrando ingressos para que outras ficassem olhando você por 10 ou 15 minutos, sendo que para isso você fica condenado a passar ali toda a sua vida, preso? Se você, como um ser inocente, não julga isso justo, imagine um animal indefeso, que não pode nem lutar pelos seus direitos? Só pode se deprimir e esperar morrer. Para conhecermos animais selvagens sem aprisioná-los, poderiam existir zoológicos virtuais, com alta tecnologia de som e imagem, onde realmente esses animais poderiam ser conhecidos como são na natureza, e não como seres deprimidos e solitários contidos contra sua vontade em espaços estranhos e limitados. Peixes têm direito à imensidão dos rios e mares; pássaros têm direito à imensidão dos ares. Quem somos nós para subjugá-los e prendê-los em aquários e gaiolas? É mais uma forma de exploração do animal pelo homem, e o motivo é sempre a ganância, ganância e ganância.

Fale um pouco sobre o Instituto Nina Rosa e como os jovens podem contribuir para essa iniciativa.

O Instituto Nina Rosa – projetos por amor à vida trabalha pela valorização da vida animal e pela evolução da consciência humana. Acreditamos que o exemplo é a melhor e mais eficaz forma de educar. Sem o exemplo, nenhum discurso tocará corações. Qualquer pessoa que respeite os animais sem descriminação de espécie e que esteja atenta para não participar de sua exploração estará contribuindo não só para a iniciativa do INR, mas para a justiça e a paz no nosso planeta.

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Cursinho da Poli 20 Anos

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Redação: Leonardo Vinícius Jorge - Design: Brasil Multimídia
E-mail: cursinho@cursinhodapoli.org.br - Site: www.cursinhodapoli.org.br