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Cultura que serve à vida |
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Descobrir os rios que a cidade
[escondeu sob as suas avenidas
E os povos que subjugou e amontoou nas periferias
As mulheres e os homens, os meninos e as meninas
Sem terra, saúde, teatro
Sem sinfonias e horas livres para brincar
(Embora o sorriso inexplicável para vida) |
Sair às ruas, rever igrejas, praças e
Velhas estações ferroviárias
Os novos edifícios das novíssimas avenidas,
os heliportos
As Heliópolis futuristas
E pessoas aceleradas como em fita de cinema minimalista
Aprender a ver a cidade como recém-nascidos
A arquitetura visível e a invisível, os jardins
possíveis
E os que virão
Os rios...
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Dar outro sentido às
coisas
Construindo o tempo em que andaremos juntos
Lado a lado
Descobrir-se periférico e subterrâneo
E emergir para o ar
Para o sol e as oportunidades
Boas escolas, universidades, centros culturais e
Outras possibilidades de encontros para o conhecimento
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E as
alegrias, quantas houver
A amizade vai para as ruas
Conquistar direitos e abraçar as grandes causas
A amizade, que sabe primeiro compartilhar a pequena paz
De quando nossas mãos trabalham
Despertar curiosamente as ciências e as artes adormecidas
Para lembrar de nossos corpos
E das palavras neles inscritas há muito tempo
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— e escolher
A cultura que serve à vida
Desejamos todos os dias
Eis o que toda educação deve inscrever em nós.
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