Vamos falar sobre expectativas? Podemos começar com um exercício rápido (não vai levar muito tempo e não é nada cansativo!):

Pense num problema qualquer que envolva uma escolha e esteja angustiando você. Imagine, por um momento, que você possa escolher sem se preocupar com os resultados. Como se o que acontecesse a partir da sua opção não fizesse diferença. O que você sentiu? Dá pra imaginar uma situação assim? Caso seja possível, fica mais fácil? Mais difícil? Tanto faz? Aquilo com que lidamos agora mesmo foram as expectativas. Aquelas que citamos aí em cima.

Como assim? Explicando de um jeito simples, as expectativas são as ideias que temos sobre o que pode acontecer quando fizermos algo ou tomarmos uma determinada atitude. Por exemplo, "Se eu chegar atrasado ao encontro, minha namorada vai ficar pê da vida", "Se eu tomar o café não vou sentir fome mais tarde", "Se eu estudar muito, vou aprender muito" etc. Em geral, temos boas razões pra imaginar esta ou aquela consequência para uma determinada decisão ou atitude. Provavelmente essas ideias se baseiam em coisas que já ocorreram antes, em informações que temos sobre alguma situação ou algo bem objetivo do tipo, correto? Bem, nem sempre. É muito frequente haver um conjunto de razões para que tenhamos expectativas a respeito do que quer que seja, tanto objetivas (que têm a ver com o que já vimos e experimentamos) quanto da própria pessoa. Já percebeu que algumas pessoas sempre acham que tudo vai dar errado e outras, muito pelo contrário, acham que tudo sempre vai dar certo? Isto tem a ver com a maneira pela qual a pessoa vê as coisas – mais do que com as coisas em si.

Todo esse papo foi pra dizer que sempre estamos imaginando resultados para as coisas, e que existe uma série de motivos para pensarmos do jeito que pensamos. Porém, essas expectativas são sempre ideias que fazemos. Não dá pra garantir que as coisas vão mesmo acontecer do jeito que "prevemos". No caso que nos interessa, que é o das escolhas, acabamos usando as expectativas um pouco como guias. Achamos que uma escolha pode ser melhor do que outra porque, entre outras coisas, esperamos que o resultado seja mais próximo do que consideramos bom para nós. Lembre-se do exercício que fizemos há pouco e veja se concorda ou não com essa ideia.

Não há nada de errado em ter expectativas, e na verdade é inevitável que elas apareçam. Porém, vale a pena lembrar que elas são apenas ideias, que podem ou não se realizar. Na hora de fazer uma escolha, tenha isso em mente!