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Outubro / 2009


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A carne é fraca

Cineclube - Sessão Especial: A Carne é Fraca

Nina Rosa veio ao Cursinho da Poli exibir o documentário e conversou com os alunos sobre os impactos de comer carne

É impossível não ficar com um nó na garganta depois de assistir ao documentário A carne é fraca, exibido no Cursinho da Poli no dia 17 de outubro de 2009. Produzido pelo Instituto Nina Rosa, uma organização sem fins lucrativos que luta pelo direito à vida dos animais, o filme choca ao mostrar o que há por trás da indústria alimentícia de carne, desde as condições inaceitáveis em que são criados os bovinos, as aves e os suínos até seu cruel abatimento, com muito sofrimento e dor. Após a exibição, a criadora do instituto, Nina Rosa Jacob, comentou como foi a produção do documentário e esclareceu dúvidas dos alunos sobre o vegetarianismo.

Baby beef
Dos males de saúde à derrubada de mata para a criação de pasto para a pecuária, a alimentação à base de carne vermelha é o primeiro tópico abordado no filme. “A Amazônia está sendo comida”, alerta o militante João Meirelles Filho. O documentário também questiona a gigantesca quantidade de água necessária para a criação dos bovinos, em detrimento de milhões de pessoas que não têm acesso a ela. No entanto, é o que há por trás do mercado de vitela, também conhecido como baby beef, o que mais incomoda: bezerros são separados das mães e confinados em minúsculos estábulos, que não permitem movimento, para evitar a formação de músculos enrijecidos. Os bezerros tampouco recebem comida ou água – são alimentados apenas com leite, para que sua carne fique clara.

A criação de aves não é menos cruel. As galinhas nascem e crescem aos milhares, em grades e gaiolas, sem ter qualquer contato com o chão, com a terra. Recebem hormônios para ter um rápido crescimento e têm o bico serrado constantemente, porque as condições a que são submetidas acabam transformando-as em canibais – comportamento completamente não natural. A venda de pintinhos para lojas pet são o melhor exemplo da concepção capitalista de que os animais são mero produto comercial: os pintinhos que nascem defeituosos ou não satisfatórios para a venda são triturados. “Os animais são tratados como máquinas, como se não sentissem dor”, lamenta Nina Rosa.

Abate humanitário
Durante a palestra, Nina comentou como a indústria alimentícia manipula e esconde o que acontece nos matadouros, vendendo aos consumidores uma outra imagem, com desenhos de franguinhos, vaquinhas e porquinhos sorridentes nas embalagens. A militante mostrou uma reportagem publicada no jornal Folha de S.Paulo sobre o abate dito “humanitário”, em que matadouros “ideais” tratariam e abateriam os animais de forma mais aceitável. Nina revela que a matéria foi patrocinada por uma conhecida megaempresa de fast food e que os matadouros visitados para a realização do filme A carne é fraca eram justamente os considerados “ideais”, já que os clandestinos nem permitem a entrada de ativistas de proteção dos animais.

A palestrante ainda comentou o processo psicológico pelo qual precisam passar as pessoas que trabalham em abatedouros para resistir ao choque e se manter no emprego. “Elas sofrem uma transformação mental para ficar frias, insensíveis, e isso pode se tornar irreversível e afetar seu convívio na sociedade.” Nina conta que a atual forma de se matar um boi é por meio de uma espécie de pistola que injeta um pino na cabeça do animal, como se fosse um tiro.Finalmente, Nina Rosa questionou a ética da crueldade a que são expostos os animais que servem como cobaias de experimentos científicos, comentou que os movimentos de proteção dos animais estão lutando por um projeto de lei que obrigue as indústrias a informarem nas embalagens se seus produtos exigiram o uso de cobaias e perguntou: “Será que essas últimas grandes epidemias de que nós, humanos, estamos sendo vítimas – as gripes aviária e suína, por exemplo – não seriam uma resposta da natureza?”

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