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Maio / 2009


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Debate sobre a crise financeira internacional

Palestra sobre a crise financeira internacional

O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, Carlos Alberto Grana, apresentou a crise financeira do ponto de vista dos trabalhadores

A crise financeira mundial e suas consequências para os trabalhadores foram o tema da palestra ministrada por Carlos Alberto Grana, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores (CNM/CUT), no dia 14 de maio de 2009 no Cursinho da Poli.

A proposta da palestra foi interpretar a crise financeira pela ótica dos trabalhadores, ampliando assim a compreensão dos alunos sobre o tema. “Cada vez mais, fica evidente que as universidades escolhem alunos antenados ao que acontece no mundo, e não apenas os que decoram fórmulas. A nova proposta do Enem é um exemplo disso. A palestra tem esta função: mostrar novos ângulos de um assunto que está todo dia na imprensa”, explicou o diretor geral do Cursinho da Poli, Gilberto Alvarez Giusepone Júnior.

Grana abriu a palestra explicando que a crise no Brasil não veio na forma da marolinha esperada pelo presidente Lula, mas tampouco na do tsunami que causou milhões de dólares em prejuízos nos Estados Unidos e na Europa, justamente porque nosso país tomou diversas medidas políticas e econômicas importantes desde o início da década, como a regulação do sistema financeiro nacional e a redução da dependência comercial com os norte-americanos.

Para o presidente da CNM, a crise foi uma prova de que o neoliberalismo exacerbado levou a uma aventura sem precedentes na economia mundial. E a ajuda financeira do governo americano à multinacional General Motors e a diversas outras grandes empresas, que do contrário quebrariam, derrubou a ideologia que apregoava a supremacia unilateral do mercado em relação ao Estado.

Enquanto isso, no Brasil e em alguns países da América Latina, a opção por modelos diferentes de economia e política teria permitido um Estado mais atuante e, portanto, uma relativa blindagem contra a crise. Um exemplo disso é que o Brasil não precisou recorrer ao Fundo Monetário Internacional para se manter firme durante a recessão mundial. “E eu já carreguei muita bandeira com o escrito ‘Fora daqui, FMI!’”, brincou Grana.

O presidente da CNM também aproveitou a palestra para mostrar como a crise afetou o setor metalúrgico, que concentra uma grande parcela da força de trabalho do país. Além das demissões em massa, as empresas automobilísticas propuseram medidas que reduziam os ganhos dos metalúrgicos ou até mesmo eliminavam direitos trabalhistas – segundo Grana, sempre recusadas pela CNM/CUT. Um aluno perguntou-lhe se empresas usaram a crise como desculpa para as demissões, e o palestrante citou casos em que as companhias estavam aumentando os lucros demitindo parte do quadro de funcionários, dobrando o serviço e piorando as condições de trabalho de quem se manteve no emprego.

Outra aluna questionou-o sobre a imagem dos sindicatos na mídia, sempre relacionados a badernas e confusões. Carlos Alberto Grana explicou que a mídia, patrocinada por grandes empresas, distorce a função e a importância dos sindicatos desde os tempos da ditadura, quando as greves eram tratadas como casos de polícia. “Não dá para desassociar a luta dos metalúrgicos no final da década de 1970 da luta pela abertura política. Nem votávamos para presidente naquela época”.

No entanto, se hoje as relações entre sindicato e empresas estão facilitadas e acontecem diariamente, Grana explicou que os empresários contam com interlocutores altamente especializados, o que exige do atual líder sindicalista uma preparação técnica muito mais qualificada do que há 30 anos, incluindo o domínio de outros idiomas e conhecimentos sólidos de economia e política. “Antes, era só xingar o dono da empresa; hoje, é preciso saber inglês ou alemão para poder se comunicar”.

No final da palestra, Aroaldo Oliveira da Silva, coordenador da comissão de fábrica do grupo Daimler Chrysler/Mercedes Benz, subiu ao tablado para complementar a discussão. Além de levantar a questão de diversas fábricas de automóveis partirem para países do leste europeu por conta de vantagens fiscais e mão-de-obra barata, Aroaldo sugeriu que, dentre os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China, grupo de nações em grande ascensão mundial), nosso país é o que tem a melhor oportunidade de expansão e se tornar desenvolvido, por conta de condições políticas, econômicas, sociais e culturais.


Carlos Alberto Grana concedeu uma entrevista exclusiva ao Vox – o boletim informativo do Cursinho da Poli. Clique aqui para conferi-la.

Confira as fotos da palestra.



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