Caminhada pelo centro histórico de São Paulo
Num passeio sem correria, belos vestígios da história da cidade se revelam aos nossos olhos
O Marco Zero da cidade de São Paulo, em frente à Catedral da Sé, foi o ponto de partida da Caminhada pelo Centro Histórico, numa manhã fria de domingo, 24 de maio de 2009. Orientados pelo coordenador cultural e professor de História do Cursinho da Poli Elias Feitosa de Amorim Jr., os alunos puderam contemplar obras artísticas e monumentos históricos que, quase sempre, a correria do cotidiano nos impede de observar.
Se o gigantismo da Catedral da Sé é análogo ao da própria capital paulista, o que dizer da diversidade artística expressa nos prédios e monumentos históricos, típica de uma metrópole que abriga pessoas de todas as raças, culturas e partes do mundo? E as construções centenárias, abandonadas ao lado de modernos arranha-céus – não representam a própria desigualdade social de nosso país, em que executivos de maleta desviam dos moradores de rua que dormem nas calçadas?
A caminhada teve exatamente esta função: proporcionar a interação do cidadão com o patrimônio cultural e histórico da sua cidade, transformando seu olhar sobre o mundo ao seu redor. O encanto com a descoberta de belos resquícios do passado não é mero saudosismo, mas instrumento para uma crítica às contradições de uma cidade que possui tamanha cultura e beleza em meio à miséria degradante.
Ao saírem da Catedral da Sé, os alunos passaram pela Rua 15 de Novembro, antigo centro comercial paulistano. No Pátio do Colégio, a exposição de partes da parede original, feita com a técnica de taipa – madeira, barro socado e sangue de boi –, surpreendeu os visitantes. E após atravessarem a Praça do Patriarca, do alto do Viaduto do Chá, o professor Elias fez os alunos substituírem na imaginação os altivos prédios por vastas plantações.
O Teatro Municipal também foi contemplado no roteiro do passeio, que teve como última parada o Mosteiro de São Bento – local onde o papa Bento XVI ficou hospedado em sua passagem pelo Brasil. Por fim, depois de se alimentarem de cultura e conhecimento, era hora de nutrir o corpo. Destino? Mercado Municipal.
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